Resenha: Verme! — Jim Carbonera

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Título: Verme!
Autor: Jim Carbonera
Editora: Boêmia Urbana 
Páginas: 192
Lançamento:
2014
Onde comprar:
Livraria Cultura | Site do autor

***Livro Cedido por Parceria***

Sinopse: 

Entre o fictício e o real, Rino Caldarola narra em primeira pessoa suas desventuras e desatinos em Porto Alegre, sua cidade natal. Inconformado pela escassez de inspiração e à procura de um lugar ao sol no cenário literário brasileiro, o protagonista é o reflexo das desilusões e dos anseios que atormentam uma sociedade cada vez mais conturbada e contraditória.

Com uma narrativa insolente e exasperada, Rino constrói e defende seu espaço pessoal utilizando-se de ironia, arrogância e de um erotismo cru. Busca desvencilhar-se de sua mãe coruja e do seu bairro que outrora fora de classe média, mas agora se elitiza em nome do progresso. E, principalmente, luta para desembaraçar sua paradoxal maneira de pensar e ver o mundo.

Há muito tempo queria dar uma chance a Literatura Nacional, e através de outros blogs e Instagrans que o divulgam, conheci Verme! Primeiramente me interessei pela capa (sim é meu fraco) então li a sinopse e já me interessei. Entrei o contato com o autor e cá estamos! Vamos a resenha?

Opinião:

Rino é no mínimo um personagem atípico, assim como o livro em si. Mas isso no sentido positivo é claro. O que temos em Verme! É a realidade em que o personagem vive e como esse entende seu funcionamento. Ele não faz (nem faz questão) de ser padrão de beleza e comportamento, mantém uma mente livre de preconceitos, mas nem por isso deixar de fazer alguns julgamentos sobre algumas questões. No começo da leitura a obra soa como uma exacerbação de seu apetite sexual e sem um ponto central definido,mas conforme avança a leitura consegue apresentar melhor sua proposta. Rino é direto, não tem rodeios e muito menos fala politicamente para ser bem visto ou querido por todos.
“Muitas vezes fui taxado de enviesado, amargurado e desagradável. As pessoas não estão acostumadas com discórdia e querem nos obrigar a compactuar da mesma opinião que elas. Basta ter um julgamento diferente e pronto, você será considerado preconceituoso e estúpido.” (Página 152)
Com suas atitudes que o colocam quase como um  “anti-herói” ele conserva junto com seu sonho de tornar-se um escritor reconhecido, claros valores morais e é um cidadão consciente,mesmo vivendo uma vida relativamente boa na casa dos pais e recebendo aluguel de um apartamento que recebeu como herança , aspira a coisas maiores, a deixar de ser o que ele caracteriza como o "verme". 

Ele é o personagem ideal para a narrativa de Jim,conseguindo imprimir o caráter subversivo e ousado de ser. O livro traz a tona diversas questões sobre o olhar da sociedade perante o que essa considera “diferente” e até impróprio: 
“Estamos tão arraigados nessa cultura cristã, de pudores e castidades, que qualquer pensamento libertino que possamos ter, nos condenamos. Muito pior que a censura  social imposta de fora para dentro, é a interna, feita por nós mesmos.” (Página 40)

Sobre política:“Ninguém suporta políticos e indivíduos relacionados a eles, mas todo mundo gostaria de ser apadrinhado por um.” (Página 61) 
...e também sobre o valor da literatura produzida e outros temas considerados por muitos ainda controversos.Além de todas essas características temos sua inserção na sua cidade, Porto Alegre e alguns outros municípios os quais ele viaja para ir a shows de bandas de rock que buscam apreciadores para sua música. Com isso temos uma série de detalhes quanto a vocabulário, alguns costumes gaúchos, e também conhecemos o lado cultural do personagem.
Deixo também um "aviso": a narrativa é crua e sem censuras, vários atos do cotidiano são descritos minuciosamente, os palavrões não empobrecem a história, apenas grifam seu caráter realista.

A obra tem cerca de 190 páginas, sem nenhum erro, ótima diagramação por parte da Boêmia Urbana (selo independente) e páginas em papel creme (sim as amareladas). O livro leva
Pra finalizar queria aqui agradecer ao Jim mais uma vez pela gentileza disponibilizar a obra autografada e com os marcadores,e dizer (com gosto) que recomendo a leitura desse nacional. Para quem quer deixar de lado Fantasia e experimentar uma narrativa diferenciada é uma ótima dica.

Um comentário

  1. Fico muito feliz com cada novo autor brasileiro que surge. E o livro parece ser bem visceral.

    http://porquelivronuncaenguica.blogspot.com.br/

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