Resenha: Misery: Louca Obsessão — Stephen King

Título: Misery: Louca Obsessão
Título Original: Misery
Autor: Stephen King
Editora: Suma de Letras
Páginas: 326
Lançamento: 2014
Onde comprar: Buscapé
"Paul Sheldon descobriu três coisas quase simultaneamente, uns dez dias após emergir da nuvem escura. A primeira foi que Annie Wilkes tinha bastante analgésico. A segunda, que ela era viciada em analgésicos. A terceira foi que Annie Wilkes era perigosamente louca."

"EU SOU SUA FÃ NÚMERO UM ..."

Sobre a trama:

Annie Wilkes é a fã numero um de Paul Sheldon, escritor de uma série de best-sellers protagonizada por Misery Chastain. Além disso, teve muita sorte (o mesmo não se pode dizer de Paul) ao encontrá-lo depois de um acidente de carro e levá-lo para sua isolada cabana no interior de Sidewinder (localidade fictícia) no Colorado. A leitora voraz cuida de seu ídolo, mas passa então a mantê-lo em cativeiro e quer que Paul escreva um novo livro, sua obra-prima, a qual só ela teria. Preso a cama e totalmente dependente dela ele não tem outra escolha senão ceder. Outro ponto que tornaria inviável qualquer tentativa de fuga é o porte físico de sua “benfeitora”. E assim a aparente bondade de Annie logo vai se transformando no sofrimento de Paul. Com um grande ego ela não aceita ser contrariada e suas explosões de emoções poderiam ser altamente destrutivas... As torturas são variadas, psicológicas e físicas. Ela é capaz de qualquer coisa. Num de seus primeiros acessos de loucura (que Paul definia como o vazio tomando conta) ela o faz beber água de limpeza para acompanhar os analgésicos. Ele se agarra ao livro para permanecer vivo, caso terminasse logo ela não teria nada a perder. Em uma das tentativas de fuga conhecemos o sombrio passado de Annie, de sua infância até as passagens pelos diversos hospitais em que “trabalhou”. Uma coleção de manchetes no álbum de “Doces lembranças”, revelando como ela ganhou o apelido de Mulher Dragão.

Comentários :
O que impressiona na obra é como King consegue prender completamente o leitor, não há nenhum trecho que você espera que passe logo, o desenrolar se dá em um ritmo que se perde a noção do tempo e de quantas páginas já foram lidas. Através da narrativa brilhantemente construída você se sente o próprio Paul Sheldon,toda a "Misery" (penúria) que ele passa. Assim, no decorrer da história temos em paralelo a crescente loucura de Annie e essa espécie de metalinguagem que é impressionante: Um livro é escrito dentro de outro livro e através de Paul temos noções sobre o ato de escrever, do “sai dessa” (momentos que o escritor precisa cobrir as brechas na história) á visão que os críticos literários têm. Tudo isso passeando por várias referências da cultura americana, tanto na música (Oh girls Just wanna have fun ) até outros escritores e livros citados, inclusive outro de King, “O iluminado” (também sobre um escritor) : uma das vítimas de Annie tem ligação com o Overlook (e já aviso que a revelação é praticamente um spoiler sobre o zelador e o destino do hotel, então seria interessante ler antes de Misery).

A edição da Suma de Letras é linda, teve um cuidado especial com a capa e tem orelhas. Na diagramação encontrei uns dois erros que não atrapalham em nada o entendimento dos respectivos trechos. O livro é dividido em quatro partes com determinados números de capítulos: I – Annie, II- Misery, III- Paul e IV – Deusa , cada um tem um folha de rosto com uma citação. Também é interessante o fato de que algumas páginas do livro que Paul escreve são transcritas com a aparência de datilografadas, a máquina vai perdendo as teclas de algumas letras, então também têm os detalhes naquelas que as letras são preenchidas manualmente. Sobre os palavrões: a tradução parece meio "estranha" por que Annie não gosta nenhum pouco deles.

Demorei para fazer essa resenha pois foi um livro que me prendeu de uma maneira incrível e terminei de lê-lo em semana que estava bem ocupado com a faculdade. Tentei expor um pouco da trama seguido dos comentários para não me empolgar e acabar dando algum spoiler.Essa foi minha segunda experiência com a escrita de King ( a primeira foi O iluminado) e geralmente não costumo emitir um parecer quanto a nota ou classificação, mas ele garantiu
Curiosidade:  A primeira edição brasileira de 1988 da Editora Francisco Alves, traduziu o nome Misery literalmente, o título foi "Angústia", e segue imagem abaixo. Confira também as capas das edições internacionais (que são lindas) aqui .

13 comentários

  1. Pow que demais cara! Vou tentar comprado livro, com certeza!

    dialetosecoisasboas.blogspot.com

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    1. Oi Jhonata! Compre sim, é uma ótima aquisição *-*

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  2. Tradução literal (ou quase) de título de romance é mesmo uma bosta. Já pensou? Angústia Chastain. Ou Miséria Chastain.
    Este é um livro que quero ler. Muito. Está na fila.
    Abraços!!!

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    1. KKK tem quer rir pra não chorar né? Eu tentei ver pelo lado de que foi com boa intenção que traduziram, mas vamos combinar que ...né? Leia mesmo Kleiton, super recomendo. Abraços!

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  3. Ótima resenha! Parabéns.
    Não deixe de conferir a minha resenha que foi ao ar terça-feira e pelo que eu acho, foi uma de minhas melhores resenhas "o livro é de parceria".

    Abraços! Atenciosamente Um baixinho nos Livros.

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    1. Obrigado Marcio, pode deixar que dou uma passada lá! Abraço!

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  4. Oi Jonatan! Tudo bem?

    Caramba! Estou doido para ler esse livro! Nunca li nada do King, mas de todas suas obras essa é a que mais desejo ♡

    Tenho uma certa atração por personagens loucos, doidos, psicopatas e essa louca aí promete me prender da primeira à última página com seu escritor :3

    Abs!

    Jhonatan | Leitura Silenciosa

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    1. Oi Jhonatan! Tudo sim e com vc? Leia mesmo, esse livro é ótimo como disse. E Annie é o tipo de louca que te conquistaria haha
      Abraço!

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  5. Oi, Jonatan.
    Adorei a resenha, nunca li nada do King pq não sou muito ligada a livros de terror, mas pelo tanto que ouço falar bem fico com mta vontade de ler!!
    Abs,
    Helena

    http://doslivrosumpouco.wordpress.com

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    1. Oi Helena! Fico feliz que tenha gostado da resenha! Tente se aventurar aos poucos no gênero; recomendo que tente ler Misery, a narrativa vai fazer valer a pena,King é um mestre! Espero que você goste. Abraços!

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  6. A Annie é a melhor vilã de todas as minhas leituras até o momento em minha opinião. Este é um livro que acho que somente o King teria êxito. Engraçado que dos 15 livros do autor que li até agora este fica entre os últimos de um ranking, e mesmo assim eu gostei muito; méritos do autor que é um dos que mais gosto. Parabém pelo blog Jonatan, e já estou seguindo !

    bomlivro1811.blogspot.com.br

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    1. Olá Maurilei! Ela me assustava muito, ela era totalmente imprevisível! Nossa, ainda nao li muitos do King, mas tem vários que pretendo. Obrigado pelo comentário e por seguir! Espero que curta o blog.
      Abraços!

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  7. Fiquei tão feliz com a reedição, pois pagar mais de R$ 100,00 num livro usado é fora de cogitação. É um dos livros mais intensos do King. E Annie é uma das minhas personagens favoritas.

    www.porquelivronuncaenguica.blogspot.com.br

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