Resenha: Um Funeral na Grécia — Maria Luiza Bortoni Ninis

Título: Um Funeral na Grécia
Autor: Maria Luiza Bortoni Ninis
Editora: Novo século (Selo Talentos da Literatura Brasileira)
Páginas: 296
Lançamento: 2014
Onde comprar: Buscapé

***Livro Cedido por Parceria***
Sinopse:

O roubo misterioso de um diamante é o fio condutor desta intrigante narrativa, a qual envolve Valéria, uma turista brasileira que viaja à paradisíaca Grécia para rever sua família. No entanto, a moça é surpreendida por algo inesperado: o funeral de sua querida avó. Em meio a esse pesaroso acontecimento, Valéria passa a ser envolvida em uma grandiosa e misteriosa trama, que atravessa os continentes e suscita emoções ao longo desta fascinante história.

 Opinião:

Confesso que até hoje não li muitos livros de autores nacionais, nem mesmo os clássicos da literatura, e tinha certo preconceito em iniciar uma leitura. Com Um Funeral na Grécia percebi que estava perdendo tempo e que os autores nacionais escrevem tão bem quanto os internacionais, as tramas têm igual qualidade e nos envolvem tanto quanto qualquer outro. Não generalizo, pois como disse, li pouquíssimos nacionais.

O livro me conquistou desde a sinopse, e já fiquei com muita vontade de saber qual seria essa “grandiosa e misteriosa trama” na qual Valéria fora envolvida. Recebi o livro (contarei com detalhes ao final da resenha) e comecei a ler no dia seguinte, tive que parar a leitura devido as provas finais da faculdade, mas quando entrei de férias, terminei muito rápido.

O livro é dividido em duas partes: na primeira, o que move toda a história é o roubo de um diamante no estado do Mato Grosso, pelo traficante inglês Mike, a tradutora e comparsa Eva e o “caipira” e encarregado do trabalho pesado Clodô. Eles roubam e viajam para a Grécia afim de vender o diamante para um homem do oriente médio. Lá se envolvem com Valéria, que mora no Brasil com seu pai na cidade de Itajubá, sul de MG, e que viajou para Grécia afim de rever sua família, seu irmão e sua avó que está doente. Poucos dias após sua chegada ao país, sua avó falece e no funeral acontecem coisas que fazem com que a história tome um rumo completamente diferente. Na segunda parte, já passados cerca de 1 ano após o roubo do diamante, a poeira já se assentou para alguns personagens, porém para outros há muita coisa a ser resolvida. Novos personagens surgem e o que antes já estava complicado de ser resolvido pela polícia, acaba ficando pior. A história, nessa parte, fala do tráfico de pele de jacarés e de drogas vindas da Bolívia pela fronteira. Não pense que está tudo desconexo, pois tudo vai se conectando com o decorrer da narrativa. Não posso falar muito mais do enredo pois posso soltar alguma informação que pode ser um spoiler fatal. rsrs

O livro traz, além de muito suspense, mistérios e reviravoltas, um romance para amenizar a frieza das páginas. Os locais onde se passam a narrativa também são colírios aos olhos da nossa imaginação, me vi tanto nas cidades brasileiras, quanto na Grécia. O livro tem descrições primorosas de todos os lugares, com detalhes suficientes para a gente se imaginar na cena. Não sei ao certo se a autora visitou todos os locais, mas sei que esteve na cidade de Cáceres, já viajou para a Grécia e viveu nas cidades mineiras retratadas, Itajubá e São Lourenço. A fauna, a flora, os costumes, a culinária e a cultura do Mato Grosso, bem como da Grécia, nos é mostrada no decorrer do texto aos detalhes. Várias palavras gregas são utilizadas, como Kalimera (bom dia) e Baklavá (doce de massa folhada e nozes) principalmente para descrever as comidas fartas dos gregos e algumas expressões ditas no dia a dia, mas todas elas estão no glossário ao final do livro com seus significados ou ingredientes para descobrirmos do que se tratam.

Em suma, o livro é narrado em terceira pessoa, e me surpreendeu em vários aspectos, tanto na linguagem, quanto na história em si, minhas expectativas por mais altas que fossem, foram ultrapassadas. Um livro nacional de suspense que tem tudo para ser adaptado para um filme ou uma minissérie de TV.
"E foi aí, debaixo do chuveiro, que descobriu que o que o agitava não era o calor. Era medo, um grande medo, como jamais sentira em sua vida, nem em seu tempo de menino, quando a mãe vinha da rua, com o batom manchado, tonta, a blusa rasgada e o pai descarregava nele toda a frustração por ter se casado com uma mulher sem moral.[...]" — Pág.192
Com respeito a edição, a editora Novo Século fez um trabalho muito bom, a diagramação é bem bonita, os números dos capítulos são circundados por uma coroa de folhas de louro, os números das páginas estão sob um desenho de coluna grega. As fontes e páginas propiciam uma leitura agradável. Avalio o livro em
Agora vou contar como descobri este livro: Minha mãe foi a um consultório odontológico aqui em Itajubá, que fica no Sul de Minas, onde moro, e lá viu um marcador de páginas que estava disponível para quem quisesse pegar, ela sabendo que eu gosto de marcadores pediu um e me deu. Na frente "Um Funeral na Grécia de Maria Luiza Bortoni Ninis", atrás, escrito à caneta "Romance Policial; Mistério; Suspense; Emoção" e alguns endereços de pontos de vendas na cidade. Eu procurei logo na internet mais sobre o livro e sobre a autora, já que sou apaixonado por livros policiais com muito suspense. Consegui algumas informações de que ela residia aqui mesmo, entrei em contato com ela e conversamos por algum tempo. Enfim, um dia de manhã recebo a ligação da autora e marcamos de nos encontrar para conversar sobre uma possível parceria com o blog.

No último dia 12 de junho ela me recebeu em sua casa e batemos um papo literário muito gostoso. Ela me explicou sobre seu livro, as tendências, me contou um pouco de sua história e descobri que ela já foi no bairro onde eu morava, conheceu alguns de meus familiares, lançou outros livros etc. Por fim, ela me deu um livro autografado, se tornou parceira do blog e hoje somos amigos. \o/

Para quem é de Itajubá e região, o livro pode ser encontrado na Lume Livraria (Rua Dr. Pereira Cabral) e na Papelaria Lápis de Cor (Rua Major Belo), ambas no centro da cidade.

8 comentários

  1. Puxa, fiquei curiosa agora. Eu adoro os escritores nacionais, acredito que já li mais livros nacionais do que internacional e não me arrependo! Beijos.
    Bolicho da Guria
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    1. Olá Monique,
      faz bem vc, vou começar a ler alguns tbm.
      bjs

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  2. nossa, não conhecia, parece ser muito bom. obrigada pela dica de leitura :)

    @saymybook
    saymybook.blogspot.com

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    1. Por nada Jess,
      Abraços e obrigado por estar sempre presente.

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  3. Matheus adorei a resenha.
    Parece ser um ótimo livro.
    O tema abordado, lugares descritos, fiquei curiosa pra saber que mistério é esse.
    Sobre autores nacionais tbm tive boas surpresas qndo resolvi dar uma chance pra nossa literatura.
    Novo século está de parabéns, é uma das editoras que mais abrem espaço para os nossos talentos.

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    1. Com certeza Rê, a Novo Século está de parabéns.
      Obrigado,
      Abraços

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  4. Não conhecia, mas adorei a sua resenha, fiquei bastante curiosa pra conhecer. Essa capa também é muito bonita.

    http://www.oraculodeelfos.com.br/

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